sexta-feira, 10 de junho de 2011

Mortes envolvendo motociclistas crescem 754% no País




 O número de mortes causadas por acidentes envolvendo motocicletas aumentou 754% entre 1998 e 2008, conforme o Caderno Complementar Mapa da Violência, feito pelo Instituto Sangari. O trabalho, divulgado ontem, mostra que a explosão nas estatísticas está relacionada não apenas com o aumento expressivo da frota, mas com o maior risco no uso do veículo. Em 2008, foram registradas 87,6 mortes para cada 100 mil motos no País. Uma proporção 170% maior do que a taxa da frota de automóveis: 32,5 mortes a cada 100 mil veículos. Em 1998, a taxa de mortes por motos era de 67,8 a cada 100 mil - uma proporção 75% maior do que a taxa da frota de carros.


"Os números são assustadores. A direção de moto tornou-se aparentemente mais arriscada", afirma o autor do trabalho, o pesquisador Júlio Jacobo Waiselfiz. Em sete Estados e no Distrito Federal, as mortes provocadas por esse tipo de acidente já podem ser consideradas uma epidemia. Em Rondônia, Roraima, Tocantins, Paraíba, Piauí, Santa Catarina, Brasília e Mato Grosso do Sul, a taxa ultrapassa 10 mortes por 100 mil habitantes.

As maiores vítimas dos acidentes são jovens. O trabalho mostra que é na faixa entre 15 e 24 anos que o número de mortes é expressivamente maior do que nas demais idades. "Em nenhuma outra categoria de veículo constatamos tal fenômeno", completa o pesquisador. Entre 2004 e 2008, os óbitos juvenis aumentaram 15 vezes mais que no restante da população. Para o pesquisador, os números evidenciam a necessidade de se adotar rapidamente medidas para formação e treinamento de motociclistas, além de um reforço em todo o sistema de fiscalização. "Caso nada seja feito, a tendência é de que as estatísticas de trânsito piorem ainda mais."No período analisado pela pesquisa Mapa da Violência foram registradas 38.273 mortes nos diversos tipos de acidente de trânsito. "Guerras como a das Malvinas tiveram número de vítimas menor", lembra Waiselfiz. O trabalho identificou uma redução de mortes depois do novo Código de Trânsito Brasileiro, de 1997. Mas os reflexos não se mantiveram por mais de três anos. Em 2000, a curva de acidentes fatais voltou a subir. A exceção fica por conta de acidentes envolvendo pedestres, que caíram de forma significativa ao longo do período. O número de acidentes fatais entre ocupantes de automóveis duplicou. Entre os de caminhão, triplicou. E entre os ciclistas, quadruplicou. "Ao fazer uma análise do avanço da frota, no entanto, percebemos uma tendência de queda nos acidentes fatais. Mas algo que foi totalmente neutralizado pela explosão de mortes entre motociclistas."



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